Eu me chamo Ygor, tenho 37 anos, sou engenheiro civil e vou contar pra vocês quando percebi que estava “pifando”.
Eu cheguei na terapia depois de ter caído desmaiado na academia. Mas eu só fui mesmo após passar pela bateria de exames e avaliação médica e não encontrarem nada. Essa não foi a primeira vez que eu desmaiei do nada, já aconteceu outras vezes também.
No dia desse último desmaio não aconteceu nada de diferente. Eu acordei cedo e fui trabalhar e no retorno fui direto pra academia, e lá de repente me senti tonto e cai entre duas esteiras.
Depois desse episódio eu fiquei com duas preocupações: A primeira, era ter algo no cérebro e a segunda, ter uma nova queda, bater forte em algum lugar e criar um problema. Bem, graças a deus eu não tenho nada no cérebro e posso dizer que dos males o menor foi ter que iniciar a terapia, que até tem me ajudado.
Lembro que no começo de tudo quando eu tive que explicar o motivo do acompanhamento terapêutico foi meio cabuloso pra mim. Eu não me senti à vontade em dizer pro psicólogo que eu estava desmaiando do nada. Ficava me perguntando o que ele iria pensar de mim.
Pra falar a verdade, eu demorei um mês pra dividir com ele o que estava acontecendo, e saiu meio que do nada quando eu falava sobre outras coisas. O psicólogo até estranhou, mas confirmou que aquela informação era importante para o acompanhamento.
Mas essa questão também tomou um rumo interessante, porque ao demorar me abrir com ele percebi que faço isso com praticamente tudo na minha vida. Sabe quando você precisa confiar muito em alguém pra poder dividir algo? Então, eu sou assim. Preciso me certificar que a pessoa é amiga de verdade, é boa no que faz, que eu estou pisando em terras firmes, ou que não serei julgado depois de tudo ou terei algum prejuízo.
Até eu me sentir confortável eu precisei falar na terapia sobre minha rotina, a minha vontade de crescer profissionalmente, e outros assuntos menos importante. E olha que muito desses assuntos nem eram relevantes mesmo, mas eu os utilizava pra analisar a situação e o profissional.
Depois de algum tempo falando e pensando nessas minhas falas, eu reconheci que não me importava com crescimento profissional, mas me sentia insatisfeito com o que eu tinha, com a minha posição, com o salário, etc. Mesmo sendo funcionário público de carreira e estando numa posição desejada há anos, eu percebi minha insatisfação e esse incômodo tem me gerado alguns sentimentos estranhos.
Eu nunca fui um cara mediano. Medíocre é uma palavra que eu tenho pavor. Meu pai sempre falou pra mim a vida toda: “Se você não for o melhor ninguém vai te valorizar”. Que doideira né?!! Eu hoje estou aqui falando sobre querer superar a mim mesmo porque não aceito não ser o melhor em tudo. Eu preciso me superar…
É difícil perceber que você não aceita a vida que tem. Apesar de reconhecer ter uma boa vida eu não me sinto feliz, satisfeito, penso que não fiz o meu melhor. Por isso fico boa parte do tempo em busca de oportunidades de crescimento, seja intelectual ou financeiramente. Isso esgota a mente, cansa, a gente pifa, fica ansioso.
Então é isso, eu venho percebendo essa necessidade de querer coisas melhores. Na verdade, não somente coisas, mas pessoas, relações, razões, etc. Eu não aceito a mediocridade. Preciso ser reconhecido, ser o melhor na minha área, e hoje eu só faço terapia porque encontrei o melhor profissional e sei que essa experiência pode me ajudar a alcançar alguns desses objetivos. Acho que essa ideia pode mudar ainda…
Nenhum de nossos contos retrata o caso de algum paciente atendido por nós. Trata-se de uma ilustração da vida cotidiana, de histórias que motivam pessoas a procurarem terapia/psicoterapia.
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