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Imagem do site www.pixabay.com

Estávamos todos numa roda de samba em um bar próximo da minha casa, no Rio de Janeiro. O dia estava lindo, o sol se pondo, a galera toda animada, eu me divertia muito até receber uma mensagem do Paulo.

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Quando chegamos na festa Paulo e eu decidimos ficar em lugares diferentes pra aproveitarmos a companhia dos nossos amigos. Eu fiquei em frente ao bar com as meninas, nas mesinhas da calçada propriamente dito, éramos todas mulheres e em seis. Paulo ficou no fundo do bar com seus amigos, alguns eram maridos dessas minhas amigas e outros não. O bar por dentro é bastante bonito, as mesas são feitas de barris e ao fundo tem uma mesa de sinuca, onde eles ficaram jogando e bebendo.

Fazia uns 6 meses que eu não encontrava as meninas, então estava muito feliz. A pandemia afastou todo mundo e eu tentei me preservar ao máximo. Paulo saía porque trabalha fora, mas também manteve os cuidados necessários.

Por volta das 20h30 eu recebi uma mensagem do Paulo do whatsapp e estranhei. Nós estávamos próximos no bar, não fazia sentido algum ele me mandar uma mensagem ali, por isso, fui ao banheiro pra ler com calma. E ela dizia:

– Se continuar olhando pra esse cara eu vou te arrebentar. [Ele disse]

Eu não sei do que você está falando Paulo. [respondi]

– Quando a gente chegar em casa eu vou te dar tanto tapa nessa cara que você vai entender rápido. [ele concluiu]

Nossa, no banheiro mesmo eu comecei a ficar trêmula. Ele tinha me agredido fazia um mês e meu medo era ele fazer a mesma coisa. Ele era muito ciumento, com certeza viu alguém olhando pra mim e queria se vingar. Naquele momento passava tanta coisa na minha cabeça que eu fiquei tonta e caí desmaiada no banheiro.

Acordei no hospital com o Paulo e minhas amigas em volta da cama. Elas super assustadas comigo e ele dizendo que me amava. Pra piorar a situação, a médica veio ao meu encontro e disse:

– Como você está se sentindo, Amanda?

Bem, eu acho. [respondi]

– Ainda está tonta? Segue com os olhos o  movimento do meu dedo. [ela fez um teste rápido pra saber se eu estava consciente]

– Parece que está tudo bem, foi só um susto. Bom é importante você parar de beber por um tempo, isso não fará bem pra vocês. Vocês já têm filhos?

Não temos. [respondeu Paulo]

– Parabéns! A família de vocês vai aumentar. [ela disse que eu estava grávida]

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Não é possível, eu pensei e chorei de desespero. Nesse momento minhas amigas me abraçaram, sorriram, algumas se emocionaram, e eu só pensava que aquilo não poderia estar acontecendo… Elas acreditavam que eu chorava de felicidade quando, na verdade, era apenas medo.

 

 

 

Nenhum de nossos contos retrata o caso de algum paciente atendido por nós. Trata-se de uma ilustração da vida cotidiana, de histórias que motivam pessoas a procurarem terapia/psicoterapia.

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Maicon Moreira
Maicon Moreira
Psicólogo Clínico (CRP 05/54280), Especialista em Psicoterapia Cognitiva e Doutor em Psicologia pela UFRRJ. Atua como Terapeuta Cognitivo comportamental e Junguiano. Tem formação em Terapia Cognitiva, Terapia do Esquema, e Terapia da Aceitação e Compromisso. Tem interesse nos seguintes temas: Psicoterapia Cognitiva, Psicologia Analítica, Violência Psicológica, Saúde Mental e Autoconhecimento, Memória Social, História da psicoterapia e Formação do Masculino.

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