Saca só… Eu decidi começar a fazer terapia depois que terminei o namoro com a Débora. Minha família não sabe porque eu fico sem graça, eles devem pensar que eu não estou bem e não quero preocupar ninguém. Meu nome é Diego, tenho 27 anos e vou contar pra vocês um pouco dessa história.
Eu namorei com a Débora por três longos anos. Digo longos, porque não tivemos uma boa relação. Foi tudo muito conturbado, agitado mesmo e não tenho boas lembranças dessa época.
A Débora eu conheci através de um amigo. Ela é irmã da amiga da namorada desse meu amigo rs, e fomos apresentados numa festa. Ficamos por volta de uns seis meses nos conhecendo até decidirmos “namorar”. Claro que rolou uma pressão da minha parte porque ela queria permanecer mais tempo sozinha, visto ter saído de um relacionamento fazia pouco tempo.
Nosso namoro foi um desastre. A gente não concorda em nada. Ela gostava de praia e eu de barzinho noturno. Ela gostava de viajar pro litoral e eu pra serra. Ela curtia pagode e eu rock. Ela gostava de visitar quadras de escolas de samba e eu detestava. Moral da história, não conseguíamos dialogar, definir algo em comum, passarmos um fim de semana em paz porque estávamos sempre desmotivados com a relação.
Apesar disso, a gente se amava e isso é que atrapalhou toda nossa decisão. Não combinávamos na maioria das coisas, mas curtíamos um ao outro. A gente se apegou e eu curtia estar com ela. Eu gostava do beijo dela, do sexo, do carinho, só não gostava de fazer coisas em comum rs. Eu me sentia como se tivesse caído de um avião e ficado por quase três anos nessa queda livre esperando o momento certo pra espatifar no chão. Difícil né!?
Eu demorei sacar que não íamos seguir com a relação, só depois de um ano e meio eu tive essa certeza, mas não conseguia tomar a decisão de terminar. Eu fiquei aguardando um momento ideal, ou um problema pra usar como desculpa porque meu maior medo era magoá-la.
Acontece que ela vivia a mesma situação. Gostava de mim, mas não via futuro e também não sabia o que fazer.
Assim ficamos por uns três anos juntos entre tapas e beijos. Foi bom em alguns aspectos, mas também foi péssimo em outros. No final das contas, todo nosso esforço pra evitar mágoas foi pro ralo, porque a gente se traiu reciprocamente e descobrimos quase que na mesma época.
Foi difícil se sentir um fracasso. Sim, eu me senti um fracasso porque tentei seguir com a relação mesmo não estando feliz. Meu último namoro durou bastante tempo e eu me senti culpado no término, fiquei me sentindo mal e pensando que devia ter feito tudo diferente. Com a Débora eu estava tentando fazer isso, mas deu tudo errado.
Na semana do término eu sou fui pro trabalho e voltava pra casa pensando em como minha vida não evoluía no quesito “relacionamento amoroso”, até que me passaram o contato de um psicólogo e eu comecei a fazer terapia.
Eu me espanto com algumas coisas que eu falo com o psicólogo. Tenho medo também de contar algumas coisas, está tudo muito no início, mas estou esperançoso de que vou me sentir melhor daqui há algum tempo.
Hoje tenho pensado sobre minha necessidade de estar num relacionamento. Isso nunca foi claro pra mim, mas é real. Eu preciso aprender a estar sozinho e de boa, sem me preocupar com o futuro.
Nenhum de nossos contos retrata o caso de algum paciente atendido por nós. Trata-se de uma ilustração da vida cotidiana, de histórias que motivam pessoas a procurarem terapia/psicoterapia.
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