Sabe o que é ansiedade? Eu sei de cór. Pesquiso sobre isso faz tempo, conheço todas as melhores páginas sobre o assunto, sigo alguns psicólogos no insta e outros terapeutas que ensinam umas coisas legais. Se você quer melhorar da sua ansiedade tem que entender um pouco sobre ela, só assim vai perceber que precisa mudar algumas coisas na vida e precisa de ajuda pra superar. Meu nome é Gabriel Torres, mais conhecido como Torres desde a época do exército, e hoje vou contar pra você sobre a minha saga com a ansiedade.
Esses dias eu estava falando com um amigo que viver com ansiedade seria o mesmo que dirigir passando mal. Não sei se você dirige, mas quando acontece isso acontece a gente quer logo parar o carro e passar a direção pro carona pra gente se sentir melhor ou, ao menos, chegarmos mais rápidos e seguros num pronto socorro. No caso da ansiedade, a angústia pra parar e encontrar uma ajuda é a mesma ou pior, mas você não para, não tem como parar o carro e passar a ansiedade pro carona, você fica com aquela angústia, fica com a ansiedade dirigindo, contanto as horas pra chegar no hospital.
Muitas vezes, além da angústia rola umas dores sinistras também. Por isso quando ouço das outras pessoas que a ansiedade é coisa da minha cachola eu tenho a vontade de fazer tipo um teste drive com elas, dar um pouco disso que eu sinto só pra ver qual seria a reação. Infelizmente, não é possível.
Eu comecei a sentir ansiedade quando meu primeiro filho nasceu. Isso já faz oito anos. No início eu entendi nada, minha esposa dizia que eu era muito emocionado e a gente ria disso tudo. Com o tempo eu passei a ficar mal do nada, muitos dias era estranho, meu corpo ficava pesado, surgia uma dorzinha na nuca, meus braços e pernas ficavam meio doloridos e às vezes sentia o coração acelerar. Tudo passou a ser mais constante e eu tentava me enganar pensando que aquilo era nada demais, até minha esposa perceber as mudanças e me sinalizar.
A primeira vez que ela falou comigo nós estávamos indo pra casa dos meus pais. Eles moram num sítio no interior de São Paulo, então a gente fazia uma viagem de seis horas de carro até chegar lá. Lembro que nesse dia eu comecei a suar frio dentro do carro com o ar ligado no máximo. Enquanto minha esposa e meus filhos estavam com frio eu sentia muito calor e queria abrir a janela pra ver se melhorava.
Keila, minha esposa, percebeu que tinha algo de errado, e sugeriu pararmos o carro pra bebermos um café e foi quando comentou sobre a ansiedade. Na hora eu relutei, disse que estava calor sim, fui rude com ela, por sinal. Mas ter ouvido aquilo me deixou com a pulga atrás da orelha e cogitei a possibilidade de ter algo de errado mesmo e eu precisava saber o que era. Foi a partir daí que eu dei início as minhas pesquisas pela internet.
Ao chegarmos no sítio eu comecei a pesquisar no google sobre sentir calor extremo, falta de ar, dor no peito, angústia, etc. e logo de cara achei as páginas sobre ansiedade. Eu praticamente devorei muitas páginas em horas e passei a seguir alguns profissionais nas redes sociais. Eu simplesmente aceitei que estava com algo do tipo e seguindo a orientação de um dos sites marquei consulta com o psicólogo.
Na primeira sessão ele já me explicou o que poderia ser e assim começamos o acompanhamento. É estranho perceber o quanto a chegada do meu primeiro filho trouxe à tona minhas fragilidades e algumas questões do passado. Entender nosso mundo psicológico como parte de nós é uma experiência diferente demais. A gente não costuma pensar sobre o que pensamos, a gente simplesmente pensa.
Foi depois desse acompanhamento que eu prestei atenção nas coisas que aconteciam comigo. Percebi a necessidade de dar vazão ao que eu sentia e pensava, independente dos motivos. Ah, passei também a ser mais compreensivo em casa com a Keila e as crianças. Direto eu penso que eles podem começar a ver as coisas de forma estranha como eu e ficar angustiados.
Se cuidem pessoal, ansiedade é punk…
Nenhum de nossos contos retrata o caso de algum paciente atendido por nós. Trata-se de uma ilustração da vida cotidiana, de histórias que motivam pessoas a procurarem terapia/psicoterapia.
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