“O racismo explícito machuca, mas o velado te faz questionar tua sanidade.”

Fui na terapia e aprendi usar o Whatsapp…
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⚠️ Há pelo menos dois pontos que me chamam atenção no relato da imagem que vai junto com este texto, e que faz toda a diferença no processo terapêutico ⚠️

O primeiro deles me lembra a frase citada por Jung, conheça todas as teorias, domine todas as práticas, mas ao tocar em uma alma humana seja apenas outra alma humana.

Em primeira instância se faz necessário e obrigatório a todo profissional de saúde mental buscar a compreensão dos processos biológicos, culturais e sociais a que esse sujeito está inserido para melhor compreensão.

A queixa era de angústia, de medo e descobrir junto com ele que o racismo, o preconceito, o machismo, a misoginia e outras formas de opressão podem estar tendo participação no seu adoecer é se “desprender” de toda teoria que aprendemos ao longo dos anos. A prática de olhar afetuosamente, de validação da sua dor, não encontramos nos livros, mas sim na arte de se tornar humano e fazer humanos.

E esse primeiro ponto se linka com o segundo, que é o comprometimento desse sujeito frente ao seu processo, sua aplicação na terapia vai além de não faltar, chegar atrasado, fazer o pagamento em dia, requer autoresponsabilidade.

Aprendi com um professor querido de estágio que dizia “Iranir, não importa quanto tempo você fale e mesmo que você esqueça do que falou, as lembranças dos seus atendimentos são como a onda do mar. Elas se vão, mas um dia elas voltam”.
E voltam mesmo!

Mas na sua volta precisa encontrar um paciente dedicado a si mesmo, atento ao seu processo. E quando isso de fato acontece, ele se deu conta que a terapia não acontece apenas dentro do setting. Ela se desenrola na vida, no dia a dia, nos sonhos que chegam, nas emoções quando tocadas…

Ser psicólogo (a) é isso, não é fácil como muitos pensam. É se despir de tudo aquilo que você acha que é. É ler além da palavra é ver o mundo do outro e entrar nele de forma respeitosa e esperar que o processo chegue até seu destino, a psique tem o seu curso, e ela vai até aonde ela quer. Ali sou apenas uma facilitadora.

 

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Iranir Fernandes
Iranir Fernandes
Iranir Fernandes ψ - Psicóloga (CRP 05/54281), Palestrante, Escritora e Pós Graduanda em Psicologia Junguiana. Tem experiência de atendimento individual, casal e orientação de família. Trabalha com a abordagem Analítica de Carl Gustav Jung em atendimentos presenciais (Rio de Janeiro) e Online. Coautora do livro "A mulher negra e suas transições".

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