Para o psiquiatra Carl Gustav Jung, todos nós temos um centro que representa a imagem de uma totalidade. Essa imagem é inata, é arquetípica, faz parte da evolução da mente humana e a identificamos ao longo da vida, sobretudo, no período da fase adulta em transição para a velhice, pois é o momento em que entramos em contato como o nosso “Eu” com mais facilidade.
Segundo o próprio Jung: “Não existe nenhuma dificuldade em nossa vida que não seja nós mesmos”, ou seja, com isso podemos compreender que o maior tesouro do ser humano é se autoconhecer, pois significamos uma barreira para nós mesmos. Sendo assim, a capacidade de ultrapassarmos os limites impostos a nós depende desse autoconhecimento.
Todos nós nascemos inteiros e com o passar do tempo vamos nos despedaçando devido aos acontecimentos corriqueiros que nos moldam. No entanto, a busca pela totalidade persegue e alcança o ser humano, e apesar de ser um processo natural, na maioria das vezes, só conseguimos ultrapassar essa barreira à medida que investimos em nós através do processo terapêutico.
“Conhece-te a ti mesmo”, é uma frase antiga na história da humanidade e significa um processo que envolve “desconstrução para haver construção ou individuação”. É o mesmo que retirar as couraças ou armaduras envoltas em si para conhecer de fato o que existe por debaixo de toda proteção.
As couraças podem ser representadas muitas vezes como as concretudes que nos formam no decorrer da vida e as personas que utilizamos para nossa adaptação ao contexto social. É comum nós mesmo nos confundirmos com essas personas e acreditarmos ser o que elas representam para o social. Somente através do processo de autoconhecimento é que conseguimos entrar em contato com essa totalidade arquetípica humana e nos encontrarmos em meio às várias personas e concretudes que usamos no contexto social.
Retirar as armaduras, reconhecer que algumas personas não são nós mesmos, não é uma tarefa fácil, não é um processo instantâneo que transporta um ser de um lado para o outro ou como se fosse uma morte para ressurreição, mas sim, um movimento da alma humana que o leva ao equilíbrio consigo mesmo. Não significa tornar-se um ser pacífico que vive de paz e amor o tempo todo, mas sim compreender sua estadia nesse mundo, a essência de sua vida, a missão que o impulsiona a estar aqui.
Enfim, o autoconhecimento será sempre o movimento de transportar conteúdos do inconsciente para a consciência, pois somente quando nos tornamos conscientes de quem somos é que conseguimos ultrapassar barreiras tidas como impossíveis de serem derrubadas e alcançamos o equilíbrio em nós mesmos.
Se você deseja falar conosco ou está em busca de ajuda para si ou para alguém, clique aqui.