Relato Pessoal:
Dias desses fui a uma loja aqui no Méier e aconteceu algo que me trouxe algumas risadas misturada com certa tristeza, com isso refletindo aqui queria compartilhar com vocês.
A proprietária da loja junto com outra senhora estavam já conversando quando cheguei. Conseguia ouvir as críticas que faziam à coisas do cotidiano, como por, exemplo, a bagunça das torcidas organizadas (era dia do jogo do Flamengo). Como as críticas foram evoluindo para outros temas me permiti não ouví-las e fui indo pra calçada da outra loja à espera do meu Uber.
A amiga da conversa foi embora (para o meu desespero), e a proprietária parou do meu lado para conversar com o outro lojista, e eu ali desesperada com os cancelamentos dos motoristas, obrigada a ouvir alguns absurdos. E pra piorar o outro lojista também sai me deixando esse “presente”.
Depois de algumas falas preconceituosas sobre a questão LGBTs, ela dispara: “eu tenho amigos gays, inclusive alguns clientes, mas perderam o respeito”. E continuou…”na novela os caras são gays, mas se vestem como homens, a Britney a gente gosta dela porque ela é simpática”.
Olhando fixamento pra ela fiz mil perguntas em pensamento. Ainda que eu retrucasse não ia conseguir em 5 minutos talvez fazê-la entender. Ela dispara e me pergunta. “Como você fica quando vê um casal gay na rua se beijando?”
Era o momento que eu esperava e não hesitei em soltar, “não sei… porque eu estou ali beijando, sou lésbica”. Alguns minutos de espanto e ela rebate: “ué, mas você não falou que tem marido?”
Sim, eu disse. É que na verdade sou bissexual e moramos os três na mesma casa.
A cara desconcertada dela foi a melhor coisa daquele dia pra mim no dia corrido que tive. Até que finalmente meu motorista chegou.
❎Somos o país que mais mata homossexuais no mundo.
❎ (Brasil de Fato).
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