Hoje pela manhã (20/10/2017) a apresentadora Ana Maria Braga, em seu programa na Rede Globo, discutindo o perfil da personagem Bibi interpretada pela atriz Juliana Paes na novela das 21h, com uma psiquiatra que disse ser a idade (amadurecimento) o meio pelo qual o portador de Transtorno de Personalidade Bordeline (TPB) consegue se adequar ao mundo social, me deixou pensativo. Afinal, o amadurecimento é a única forma? O que fazer se eu me perceber com características Bordeline ou se eu tiver um familiar Bordeline?
Sobre o TPB em si, é importante saber que ele é diagnosticado baseado nos sintomas apresentados pelo cliente. O paciente bordeline apresenta variação brusca de comportamento, pois vive suas emoções de forma muita intensa, sendo assim, ora ele está muito feliz e interagindo com todos e do nada ou devido a uma questão talvez simples ele perde o controle de suas emoções e acaba sendo agressivo.
O cliente borderline sente muito vazio, em muitos casos após sua agressividade se sente arrependido, é inseguro, impulsivo, muda com muita facilidade seu humor, em alguns momentos se deprime e isso acarreta grave impacto em suas relações sociais.
Se você refletir realmente a personagem Bibi da novela das 21h, da Rede Globo, apresenta comportamento muito próximo se um portador do (TPB). A personagem viveu para o amor é no decorrer de toda novela ela buscou esse amor sem medir consequências. Boa parte da sua vida ela exigia atenção exacerbada de seu companheiro, como se houvesse uma solidão imensa que só poderia ser preenchida com o tal amor. Em muitos momentos era agressiva com pessoas próximas, inclusive, com o próprio homem a quem dizia amar.
Quanto ao tratamento para o TPB, ele é feito em parceria entre o Psiquiatra e um Psicólogo e isso se dá de forma simultânea, pois enquanto o primeiro transcreve os medicamentos para auxiliar na estabilização do humor e demais sintomas, o psicólogo ajudará no que tange ao ajuste e aprendizado do comportamento e as emoções do cliente em seus dia a dia. Ser atendido por esses dois profissionais é importante porque embora a medicação ajude com a impulsividade, o humor, os momentos de depressão e demais sintomas, não há cura para o TPB, sendo a psicoterapia uma forma de o portador do transtorno aprender sobre ele e encontrar mecanismo adaptativos em sua vida.
O atendimento psicológico ajudará o cliente aprender como os sintomas se relacionam com ele, o que os acarreta, os impactos, os prejuízos, os sentimentos pré e pós acontecimentos experimentados, suas motivações, seus desejos, etc.
É importante frisar que em muitos casos acaba sendo necessário haver intervenção com a família do paciente, pois o comportamento Borderline impacta não só na vida dos portadores, mas também na vida e na relação de todas as pessoas próximas.
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