Psicologia Reversa ou Intervenção paradoxal, já ouviu falar?

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Acredito que você já tenha ouvido falar da teoria da Psicologia Reversa ou Intervenção Paradoxal mesmo que você não seja Psicólogo ou estudante de Psicologia. É muito comum as pessoas comentarem sobre essa técnica, mas sem chamá-la dessa forma. Inclusive, é bem provável que você mesmo já tenha usado a Psicologia reversa uma vez na vida e nem tenha se dado conta disso, ou seja, inconscientemente.

Psicologia Reversa é a técnica de fazer com que as pessoas sigam o comportamento que desejamos pedindo a elas que façam o oposto do comportamento desejado. Explicando melhor, podemos exemplificar da seguinte forma:

Exemplo 1: “A esposa todo dia pede ao marido para ele chegar em casa mais cedo a fim de terem mais tempo em família, ou seja, ele passe mais tempo com ela e os filhos. A mesma já está cansada de solicitar isso a ele que sempre responde com mesmo argumento e continua a ficar no bar com amigos ao invés de dar-lhe atenção e aos filhos. Através da Psicologia reversa ao invés de a esposa solicitar que o mesmo vá para casa mais cedo, ela pede a ele que fique mais tempo na rua porque assim ela terá tempo para se arrumar e ficar mais bonita para quando ela for sair com as amigas.”

Exemplo 2: “Normalmente os pais pedem aos filhos para eles estudarem para a prova, porém acontece de os filhos não acatarem e preferirem brincar com amigos, sair, se divertir, passar horas navegando na internet, etc. Utilizando a Psicologia reserva o pai de um adolescente que nunca o ouvi em relação aos estudos pode começar a falar o seguinte: João eu se fosse você realmente não estudava, porque isso é muito bom… quem não estuda não tem preocupação, não tem emprego, inclusive, não tem casa, vive na rua”.

Outro exemplo mais simples, seria pedir para uma pessoa não pensar em um coelho branco, provavelmente ela não conseguirá fazer isso, pois não controlará seu inconsciente que logo a fará pensar no coelho branco.

A técnica em si funciona porque o ser humano gosta de ter a sensação de liberdade e que pode fazer e escolher o comportamento que deve seguir. Claro que todo caso precisa de uma análise criteriosa e a técnica não funciona para todas as situações, logo, não pode ser utilizado para qualquer caso ou pessoa. Há quem diga até de que isso é um mito e nos cursos de graduação às vezes a técnica nem  é ensinada, pois os resultados são questionados, por isso, digo que a eficácia depende de cada caso.

Vários estudos já foram feitos sobre a técnica, sobretudo, com crianças e os resultados foram positivos. Mas há de se ter bastante cuidado para que não vire um “mantra na educação da criança” e a partir disso a mesma passe a se sentir mal com a situação.

No processo de terapia a intervenção paradoxal faz com que o sujeito avalie exatamente aquilo que ele tem vontade de mudar fazendo exatamente aquilo que precisa deixar de fazer. Isso aconteceria com as histórias acima, os sujeitos envolvidos ao fazerem o que não deviam fazer se tornariam conscientes dos prejuízos de seguir determinado comportamento e aos poucos percebe a necessidade de mudar ou de uma escolha mais consciente.

Enfim, em se tratando de comportamento todo caso é subjetivo, por isso a cautela é fundamental na escolha da técnica em que se pretende utilizar, pois cada pessoa é afetada de uma maneira diferente.

Segue um link de exemplo de como funciona a técnica: Clique aqui para assistir vídeo sobre Psicologia reversa.

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Maicon Moreira
Maicon Moreira
Psicólogo Clínico (CRP 05/54280), Especialista em Psicoterapia Cognitiva e Doutor em Psicologia pela UFRRJ. Atua como Terapeuta Cognitivo comportamental e Junguiano. Tem formação em Terapia Cognitiva, Terapia do Esquema, e Terapia da Aceitação e Compromisso. Tem interesse nos seguintes temas: Psicoterapia Cognitiva, Psicologia Analítica, Violência Psicológica, Saúde Mental e Autoconhecimento, Memória Social, História da psicoterapia e Formação do Masculino.

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