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Hoje resolvemos falar de um tema bastante recorrente, mas que muitas vezes passam despercebidos ou preferimos não atentar para ele, talvez porque seja cômodo deixar as coisas como estão, embora não nos agradem. Na verdade pode ser que você já tenha se acostumado com tais situações e isso basta. A autossabotagem nossa de cada dia provavelmente não tenha se instalado do nada, no ano passado por exemplo, mas ela pode estar relacionada com sua vivência pessoal e familiar. Não focaremos na autossabotagem hoje, até porque já falamos sobre esse tema no texto “Autossabotagem: “Eu prometi, mas sempre acontece de novo”.. Agora que você já se familiarizou com o tema, pode dar seguimento a leitura.
Sinteticamente, a autossabotagem é quando procrastinamos, ou seja, sempre estamos adiando algo. Nesse processo de procrastinação as crenças são ferramentas de manutenção para que a autossabotagem permaneça afetando as tomadas de decisão. Elas são formadas no decorrer da vida e podem ser caracterizadas como regras, ideias absolutistas, rigidez etc., quase sempre advindas do seio familiar. Por isso mesmo apresenta-se muitas vezes resistentes e só com terapia elas podem ser reestruturadas.
A criança busca por uma referência de vida na sua formação, são os pais/cuidadores que imprimem certos valores à sua personalidade. Ela vê nesses pais/cuidadores tudo o que precisa, proteção, segurança, nutrição, afeto, amor e muitas outras necessidades. E nesses ensinamentos de valores a criança enxerga o seu super-herói ali frente a embarcar em tudo que ela precisar. Portanto, ela cresce querendo agradar seus pais, muitas vezes inconscientemente ela prefere abdicar de uma opinião porque não quer desapontá-los, mas quando chega à adolescência é inevitável, é onde normalmente começam os conflitos.
Quando esse adolescente passa para a vida adulta carrega consigo um mixe de emoções contraditórias. Mesmo sendo desconfortável a ele, normalmente repete aquilo que os pais passaram direta ou indiretamente em sua vida e isso se dá também de forma inconsciente. Até porque foi dessa forma que aprendeu, e se perguntarem por que não muda sua postura muito possivelmente dirá: “a minha vida toda foi assim”, “meus pais faziam assado”, “nunca deu errado”.
Exemplificando, lembra como você gostava do tempero da sua mãe e hoje sendo já dona de casa mantém o mesmo rito, mesmo que sua família não goste de um tempero forte? Ou quando era criança detestava quando seu pai pegava demasiadamente no seu pé e prometera não ser assim com seu filho, mas hoje você faz exatamente à mesma coisa? Isso se chama “identificação arcaica”.
Essa identificação serve para nos ajudar a conduzir a família dentro daquilo que acreditamos ser o melhor na formação de uma pessoa, porém, ela também pode ser nociva no meio familiar atual que você vive. Lembra que falei acima sobre os pais serem para a criança o mais perfeito ser? Essa identificação arcaica é nociva quando você sufoca uma vontade pessoal para agradar o outro, repetindo seu comportamento de infância, ou seja, carregamos pela vida toda traços de comportamentos que levamos para a escola, para o trabalho e quando para o casamento (comumente levamos), podemos ter problemas. Pense nesses exemplos: A esposa que hoje não procura se mostrar sexy para o marido porque foi criada dentro de padrões morais ou religiosos de que isso era feio. O marido que não encara qualquer trabalho mesmo precisando muito, porque os pais sempre providenciavam suas necessidades. Apesar do feminismo está tomando voz na sociedade vemos mulheres ainda hoje agarradas em um casamento falido, onde sofrem maus tratos porque cresceu ouvindo da mãe “ruim com ele, pior sem ele” e por aí vai. Poderíamos listar inúmeros exemplos de conflitos familiares advindos da identificação arcaica, mas acreditamos que nesse texto você já conseguiu entender e identificar se você vive a autossabotagem e a identificação arcaica na sua vida atual de forma negativa. Se você se percebe viver com padrões de comportamentos destrutivos e já não quer mais que seja assim, mas não sabe como fazer, mande um email, marque uma avaliação. Um psicólogo (a) pode ajudar.
Lembre-se, você não é o culpado (a) pelo seu passado, mas pode ser responsável pelo seu futuro.
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