Faz algum tempo que estou estudando a psicanálise de Carl Gustav Jung, chamada de Psicologia Analítica. Sabendo da profundidade de seus conceitos, tenho feito tudo com bastante cautela, de modo que eu consiga compreender as ideias de forma ampla, atualizada e não somente superficial. Hoje compartilho com vocês, de forma sucinta, o conceito de Arquétipos que é muito interessante e parte fundamental da teoria.
Antes mesmo de explicar o que é arquétipo, é interessante saber distinguir a diferença entre inconsciente individual e coletivo, pois é através do inconsciente coletivo que surgiu a ideia de arquétipo para Jung. Pois bem, inconsciente individual seria parte da psique humana que trata das experiências subjetivas, ou seja, funciona da mesma forma que o inconsciente Freudiano, se diferenciando no que tange aos complexos. O inconsciente individual pode ser compreendido como o lugar onde ficam armazenados todo conteúdo que não se tornou consciente, independente da valoração positiva ou negativa. Já o inconsciente coletivo, é a parte da psique que é depósito de todos os vestígios das experiências humanas desde tempos remotos, como se fosse uma espécie de memória coletiva que armazena tudo o que a humanidade já viveu e é herdado por todas as pessoas (herdado não no sentido literal da palavra). Antes mesmo de existir consciência em nós, ou seja, de existir o inconsciente pessoal, o inconsciente coletivo já existe, pois sua existência não depende do inconsciente individual porque não se apoia em nossas experiências individuais.
No cerne do inconsciente coletivo estão, por exemplo, os símbolos e mitos mais conhecidos pela humanidade. Os símbolos, especificamente, estão na memória da humanidade por herança sofrendo mudanças poucos perceptíveis devido à cultura, por exemplo, essas memórias simbólicas herdadas de nossas gerações Jung chamou de Arquétipos.
Então, arquétipos são imagens que todo o ser humano possui a cerca de algo e fica como se fosse incrustado no inconsciente coletivo se apresentando através de diversas formas, como, por exemplo, narrativas (contos) e sonhos. Os arquétipos se misturam entre as culturas fazendo com que em cada lugar e tempo ele tenha uma característica específica. No entanto, apesar dessa mistura, nós continuamos a ter dentro de nós o modelo já definido para todos os arquétipos.
Podemos citar, por exemplo, imagens arquetípicas que temos desde criança sobre heróis, sobre a morte, de pessoas loucas e fora da lei, etc. Todos esses arquétipos, assim como o inconsciente individual, interferem em nosso comportamento do dia a dia.
O significado da palavra arquétipo é primeiro modelo e por isso Jung entendia que e os arquétipos eram as primeiras experiências humanas que repousavam sobre nosso inconsciente coletivo. A totalidade da experiência humana para Jung está baseada nos arquétipos herdados.
É interessante porque é comum falarmos que agimos de determinada forma porque fomos instintivos, ou seja, automáticos em prol de uma sobrevivência, etc. Para Jung, esse comportamento instintivo seria na verdade nosso comportamento baseado nos arquétipos. Cito os exemplos abaixo para melhor entendimento sobre como os arquétipos influenciam nosso comportamento:
Exemplo 1: “Um homem que não consegue manter um relacionamento duradouro, quer viver para sempre em liberdade, vive em buscas de novas conquistas, cria situações para que seus conhecidos não sejam prejudicados por outros, gosta de fortes emoções e normalmente esportes radicais, pode estar vivendo o comportamento do arquétipo do Puer Aeternus (típico Peter Pan).”
Exemplo 2: “Um funcionário de uma empresa pensa que se ele mostrar mais trabalho para sua liderança terá a garantia de ser promovido antes que seus colegas de trabalho que foram contratados depois dele. No senso comum, muitos poderiam dizer que ele está tendo um comportamento instintivo, já que é normal desejar ser promovido, ainda mais quando se tem novos colegas de trabalho. Porém, pode estar acontecendo no contexto dessa história um comportamento baseado no arquétipo do governante, que busca comando, controle, são pessoas que querem ter a responsabilidade, saber ditar as regras para os demais, quer liderança, poder. Pessoas que se comportam com esse padrão arquetípico são profundamente influenciadas pelo marketing através da sensação de ser mais por possuir alguma coisa.”
Enfim, nosso objetivo é sempre ser sucinto e com isso conseguir explicar o que precisa ser de fato compreendido nos conceitos. Se quiser saber mais sobre arquétipos, escreva para nós…
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Até o próximo texto!
1 Comentário
[…] como grande produtora dos arquétipos (ideias primordiais – modelos de comportamentos Você sabe o que é arquétipo?). Por isso, em cada momento da história humana o homem/mulher continua, assim como fazia no […]