Quando a zona de conforto se torna desconfortável.

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Imagine você neste exato momento perto de um rio que flui em águas tranquilas. Sinta o cheiro dessas águas, o cheiro verde que paira, o frescor que leva seus cabelos a voarem. Quanto mais convidado (a) você se sente a ir olhar de perto as águas cristalinas, mais maravilhado (a) você fica. Seus pés pisando a grama úmida e geladinha te levam para mais perto, o barulho das águas te guiam. O canto dos pássaros é a música mais linda que você já ouviu na vida. Está tão perto…Continue. A sensação é tão boa que dá vontade de parar esse momento. A correria do dia a dia tiram esses momentos de nós. Mas hoje esse rio quer te mostrar algo especial. Lentamente você caminha e presta atenção em coisas simples da vida como ouvir, sentir, silenciar, cheirar, respirar, se desligar de tudo que está fora desse cenário e deixar ser levado pelo som das águas. Você chegou de olhos ainda fechados, mas sente que está de frente ao rio porque o som das águas estão cantando mais alto pra você ouvir, seus pés já pisam a terra molhada, algumas pedrinhas são tão pequenas que massageiam seus pés. Agora você está pronto (a) para olhar bem devagarinho. Seus olhos começam a ver esses pés molhados, que sensação…O sol bate nas águas e iluminam sua visão. Você está encantado (a) com tamanha beleza. Nesse momento você avista algumas pequenas árvores. Apesar das águas, elas estão de pé, é um verde mais perfeito do mundo. Você se pergunta como essas árvores estão ali intactas e elas te mostram que se estão submetidas ao curso do rio elas seguem firmes, e aí você entende o recado que a natureza quer te passar. Na vida, a zona de conforto tem uma falsa ideia de conforto, quantas coisas você precisa sustentar ou abrir mão para permanecer nela? Nela você mantém uma falsa aparência de que está tudo bem, mas vai se matando por dentro a ponto de explodir a qualquer momento. A ansiedade corrói você dia a dia, mas você precisa manter-se calma porque, aliás, fizeram você acreditar que você é a pessoa mais calma da família. Os elogios da infância que aquela pessoa fez com tanto orgulho sem se dar conta que futuramente você manteria e se mataria de estudar simplesmente pelo medo de não desapontá-lo, e você precisa do dez para se sentir a altura desse elogio. Essas são apenas algumas das tempestades que você esconde em si para parecer aos outros e a você mesma que é plena, ou seja, você não está respeitando o curso desse rio. Se entregar ao movimento das águas é deixar que a vida te leve em direção natural, sem precisar forçar nada, entende? Para exercer seu dom não precisa forçar, ele acontece. Não deixe que as pessoas interrompam seu curso, que façam escolhas por você. Se permita fluir ou sofrerá com o ímpeto das águas. 

 
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Iranir Fernandes
Iranir Fernandes
Iranir Fernandes ψ - Psicóloga (CRP 05/54281), Palestrante, Escritora e Pós Graduanda em Psicologia Junguiana. Tem experiência de atendimento individual, casal e orientação de família. Trabalha com a abordagem Analítica de Carl Gustav Jung em atendimentos presenciais (Rio de Janeiro) e Online. Coautora do livro "A mulher negra e suas transições".

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